quinta-feira, 27 de maio de 2010

Revista Veja

Após a minha última postagem, caiu nas minhas mãos a revista veja, edição 2164, que traz uma matéria com o título " Educação sob os dogmas do construtivismo." Achei muito oportuno esta reportagem, pois ela vem de encontro sobre o meu ponto de vista sobre este " método" de ensino e sobre os questionamentos que fiz na última postagem. Nos anos 80, fomos obrigados a usar o "construtivismo" nas nossas aulas. Várias vezes questionei as coordenações sobre como se trabalhava e só diziam que era para trabalhar. Nem elas sabiam o que era. Mas como, "alguém" falou que era um método muito bom, todos nós tivemos que trabalhar, mesmo não sabendo como. Segundo uma pesquisa conduzida pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), ninguém sabe ao certo como o construtivismo funciona, muito menos saberia listar as razões pelas quais ele foi adotado ou deve ser defendido. Ai está a prova do que eu já defendia nos anos 80.
A matéria ainda traz que " As aulas construtivistas frequentemente caem no vazio e privam o aluno de conteúdos relevantes"
Porque estou trazendo isso para as minhas postagens? Porque novamente estou no mesmo dilema e nos mesmos questionamentos , que eu tinha nos anos 80. E hoje é em relação aos tão propagados PAs ou Arquiteturas pedagógicas. Será que nossos alunos tem condições de saber o que gostariam de estudar? E quando optam por um assunto, será que ele já não é do conhecimento deles? Eu sinceramente não me vejo preparada para trabalhar com PA e penso que nós professores deveríamos ter a autonomia de escolher o método, ou métodos( mescla de vários) para trabalhar com nossos alunos. Acredito que assim, a aula será proveitosa, onde o professor desempenhará seu papel com alegria e satisfação e o aluno sentirá que o professor tem firmeza no que faz e assim também se entusiasma e aprende.
Como no construtivismo, foi jogado a responsabilidade de como aprender, nos ombros dos alunos, vejo que novamente estamos passando essa responsabilidade aos nossos alunos. Tenho minha concepção quanto aos Pas e Arquiteturas pedagógicas. Só espero que não leve quase duas décadas para que alguém prove que eu estava certa nas minhas teorias.Ou que me prove que estou errada. Ainda bem que o estágio está chegando no fim. Não aguento mais.

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Liria!!! E será que essa reportagem se preocupou em fazer uma leitura crítica dessa concepção de construtivismo que foi implantada nas escolas como método? As críticas que tu trazes não contemplam os princípios construtivistas, por exemplo, o aluno não deve ser considerado o único responsável pela aprendizagem, caso contrário cairiamos em uma visão inatista (lembra dos modelos epistemológicos trabalhados em psico?). Penso que muitas críticas que são realizadas ao construtivismo caem nesse erro, avaliam a leitura que se fez dele e não os pressupostos que o norteiam. Para ampliar essa discussão te sugiro o livro Construtivismo: apontando falsas verdades, de Annamaria Píffero Rangel. Abração!!